sexta-feira, 8 de julho de 2011

Deja vú


Hoje eu acordei com a sensação de ter voltado quatro meses no tempo. Minha cama no lado esquerdo do quarto, uma manhã se sol após uma madrugada fria. E uma sensação de que algo estava faltando. Algo cuja falta não seria suprida tão facilmente. Algo que até agora eu espero voltar.
Acordei, refazendo a cena (não que não o faça todos os dias), mas hoje as coisas vieram com maior clareza, com maior ímpeto, com mais dor. Lembrei desde o inicio, desde quando não gostava de ti, quando rejeitava teus carinhos, quando dizia que saísse de perto de mim que eu nunca iria gostar de você.
 Lembrei do dia em que te abracei pela primeira vez. Naquele dia triste em que precisava de alguém, e você ficou comigo, me olhava com aquele olhar de que sabia que um dia me conquistaria.
No dia em que ouvia “Tu és o m.d.c da minha vida” e escolhemos juntos o teu nome. Aquele nome que eu nem sabia que ficaria gravado em meu coração.
Só que hoje, exatamente hoje eu revivi aquele dia em que fostes tirado de mim. Na madrugada anterior chovia, muito mesmo, eu sabia que você tinha medo de trovões (assim como eu) em dias assim, costumávamos ficar juntos e o mundo poderia estar caindo lá fora e nem percebíamos. Ouvi barulhos, acendi a luz do meu quarto e te vi, recostado a parede me olhando. Deitei-me novamente, mas deixei o espaço para você.
E assim, logo dormimos pois estávamos juntos, e é isso que importa.
Na manhã seguinte, levantei sentindo um aperto no peito, uma vontade de te ver e te abraçar mas você não estava mais ao meu lado. Fui te procurar. Andei em todos os lugares onde você poderia estar, perguntei a todos e tudo que me diziam era: - Calma, ele vai voltar, ele sempre volta.
Mas algo me dizia que ele não iria voltar. Eu sabia que ele nunca ia muito longe. Na verdade, ele nem sabia sobreviver sem mim ( e nem eu sem ele). Não fomos treinados para viver um sem o outro.
Comecei minhas atividades diárias, e sem nenhum motivo aparente, comecei a chorar e pensei que só pararia quando ele voltasse. Ainda não parei de chorar.
 E as horas estavam se passando. E a fria realidade batendo a minha porta, mas Ele precisava de mim. O procurei por toda parte, pedi pra que se alguém o tivesse visto que me dissesse. Ele era minha vida. Uma forte dor de cabeça me forçou a parar de procurá-lo. As estrelas já iluminavam o céu. Ele não voltou. Eu me deitei, na mesma posição em que acordei hoje, fui ouvir a “nossa musica” e a repeti milhões de vezes (o faço até hoje).
Enfim, as lágrimas que neste momento embaçam minha visão, são só mais algumas dentre tantas já derramadas.  Não sei o motivo desse dia ter sido tão parecido com aquele a quatro meses atrás. Sinto o amargo das minhas lágrimas como senti antes.
 E assim, chorando, terminarei o relato do PIOR DIA DA MINHA VIDA.


Ao meu máximo denominador comum: Nestor




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